Entre comerciais surreais feitos por IA, latas com DNA de Ozzy Osbourne, carros que se entregam sozinhos e a IA prestes a fazer compras para nós, surgiu a dúvida no café de hoje se estamos no ano certo ou se estamos no futuro.
Aliás, será que estamos com pressa de viver o futuro? Não sabemos e não vamos responder isso hoje, mas talvez vire uma pauta… futura!
🏀 Comercial feito 100% com IA estreia na final da NBA: um alerta para a indústria criativa?
🚗 O robotáxi de Elon Musk vem aí (e talvez chegue sozinho)
📲 WhatsApp terá anúncios no Status
👔 Amazon alerta: estude IA ou arrisque seu cargo
🦇 Latas com DNA de Ozzy Osbourne? Temos.
🛍️ ChatGPT vira vitrine e sugere produtos direto no chat
Se você viu um idoso sem camisa envolto na bandeira americana, um alien tomando cerveja e uma mulher pilotando uma máquina de limpar gelo durante a final da NBA, não estava alucinando. Era só um comercial. Mas não qualquer comercial.
Era o primeiro feito 100% por inteligência artificial a ir ao ar em um evento esportivo de grande audiência nos EUA.
E não foi pouco: o caos visual foi bancado pela Kalshi, plataforma de apostas, e produzido por prompt com o Veo 3 — a ferramenta de vídeo da Google que mal saiu do forno e já está invadindo o sofá dos telespectadores mundo afora.
O slop chegou à sala de estar
O criador (ou seria prompter?) PJ Ace foi direto: “me contrataram pra fazer o comercial mais insano possível”. Missão cumprida.
A peça é uma colagem frenética de imagens surreais e sem conexão lógica. Tudo com aquele jeitinho torto que a IA ainda não conseguiu polir. E talvez nem deva.
A comunidade tech chama isso de “slop” — conteúdo gerado por IA, geralmente barato, sem alma, mas feito pra impactar. Tipo um McLanche de estímulo visual.
Kalshi hired me to make the most unhinged NBA Finals commercial possible.
Network TV actually approved this GTA-style madness 🤣
High-dopamine Veo 3 videos will be the ad trend of 2025.
Here’s how I made it in just TWO DAYS 👇🏼 (Prompt included)
— PJ Ace (@PJaccetturo)
8:10 PM • Jun 11, 2025
A matemática do absurdo
Comercial tradicional: 💸 centenas de milhares de dólares + semanas de produção
Comercial com IA: 💸 2 mil dólares + 2 dias
Qualidade? Isso a gente discute depois.
Foi IA fazendo IA para fazer TV: Gemini e ChatGPT criaram o roteiro e os prompts, que alimentaram o Veo 3, que gerou mais de 300 vídeos. Só 15 se salvaram.
Cada cena dura no máximo 8 segundos, porque o Veo ainda tropeça feio na continuidade. Mas no ritmo TikTok, isso nem é um problema — é o estilo.
IA e um novo estágio na publicidade
A Kalshi nem queria usar IA no começo. Mas depois que chegaram os orçamentos das produtoras tradicionais, mudaram rapidinho de ideia.
Esse case pode ser só o começo. Segundo o diretor, vídeos “high-dopamine” feitos por equipes mínimas vão dominar a publicidade em 2025. A Meta já corre atrás: pretende automatizar anúncios até 2026.
No Brasil, temos o case da Prefeitura de Ulianópolis (PA), que com o mesmo Veo 3, criou um comercial super realista para promover uma festa junina.
E daqui pra frente?
O comercial da Kalshi não é uma obra-prima. Mas é um marco.
Ele mostra que a publicidade, antes sinônimo de grandes equipes, orçamentos robustos e processos lentos, agora pode ser feita em dois dias com uma boa ideia, alguns prompts e um modelo de IA.
Isso não significa o fim da criatividade humana — mas impõe uma nova lógica: agilidade, volume e custo baixo como critérios centrais.
As produtoras vão ter que repensar seus modelos. Os profissionais criativos, entender como colaborar com algoritmos. E o público, aprender a identificar (e criticar) o que consome.
Porque se até a final da NBA virou palco para experimentos de IA, dá pra dizer que o futuro da propaganda não está chegando. Ele já entrou no intervalo comercial.
Elon Musk pode, enfim, tirar do papel sua promessa de mobilidade sem motoristas. A Tesla anunciou que o serviço de robotáxis deve começar em Austin, Texas, no dia 22 de junho — embora a data ainda não seja definitiva. A primeira fase terá de 10 a 20 SUVs Model Y circulando em área limitada, com monitoramento remoto.
Mais audacioso ainda, Musk afirma que a partir de 28 de junho, Teslas poderão se entregar sozinhos aos compradores, direto da fábrica. Tudo isso enquanto a empresa abandona os planos de um carro elétrico popular, dobrando a aposta no sonho autônomo.
O desafio? Reguladores exigentes, histórico polêmico de segurança e altos custos. Mas para uma Tesla em queda de vendas e cercada por controvérsias, o sucesso desse projeto pode ser decisivo.
Se der certo, Musk redefine o transporte urbano. Se falhar, o tombo pode ser histórico.
Depois de anos de especulação, o WhatsApp confirmou que começará a exibir anúncios na aba Status. A medida transforma a área em algo semelhante aos Stories do Instagram, com publicidade entre as postagens.
A privacidade continua garantida nas mensagens, e o número do usuário não será compartilhado com anunciantes, segundo a Meta. A segmentação se baseará em canais seguidos, localização geral e tipo de aparelho.
A Meta também permitirá que administradores cobrem por conteúdo exclusivo e promovam seus canais. Com mais de 1,5 bilhão de acessos diários à aba "Atualizações", o plano é claro: monetizar audiência e transformar o app em marketplace.
O CEO da Amazon, Andy Jassy, avisou: a IA vai reduzir o número de funções corporativas na empresa. Em memo interno, ele afirmou que a companhia vai precisar de menos pessoas em algumas áreas e mais em outras, especialmente com foco em IA.
Com 350 mil cargos corporativos e mais de 500 mil vendedores usando ferramentas de IA, a mensagem é clara: adapte-se ou fique para trás.
Jassy ecoa alertas de especialistas como Geoffrey Hinton e Dario Amodei sobre o impacto da IA em funções administrativas. A Amazon quer aplicar IA em todos os setores, e quem não acompanhar a evolução pode ser substituído. Escritório não é mais sinônimo de segurança.
Ozzy Osbourne e a Liquid Death lançaram uma colaboração bizarra: 10 latas vazias contendo DNA do cantor, vendidas por US$ 450 cada. Nomeadas "Infinite Ozzy", celebram a despedida do príncipe das trevas dos palcos.
Como foi feito? Ozzy bebeu o conteúdo das latas, que depois foram lacradas em laboratório e autografadas. A campanha levanta a provocação: e se clonarem o roqueiro no futuro?
Ele parece gostar da ideia e grita no comercial: "Me clonem, seus bastardos!”.
A ideia segue a tendência de produtos de celebridades com toque pessoal, como o sabonete com água de banho da atriz Sydney Sweeney.
E você aí pensando que colecionar vinil era coisa de fã dedicado.
O ChatGPT agora atua como assistente de compras no Brasil. Basta escrever algo como “quero um celular até R$ 1.500” e ele mostra sugestões com imagem, preço, avaliações e link — tudo sem sair do chat.
Os produtos são de fornecedores parceiros, o que limita a diversidade de ofertas. Ainda não há anúncios pagos, mas fica o alerta: quem decide o que é relevante influencia diretamente o que você consome.
Essa função inaugura uma nova era no e-commerce: menos busca, mais sugestão. E um futuro onde a IA pode fazer compras inteiras por você.
Do comercial bizarro no intervalo da NBA à IA que recomenda seu próximo smartphone, o futuro está cada vez mais real e presente.
Vamos seguir de olho (humano, pelo menos ainda) nas mudanças que moldam o mundo.
Semana que vem tem mais. Bom feriadão para nós!
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Para quem olha pra frente e quer espiar o futuro. O Update é feito para manter você atualizado não só sobre o que aconteceu, mas sobre o que está acontecendo.
Aqui você encontra uma seleção de atualizações que estão impactando o mundo no presente contínuo. E, às vezes, no futuro do presente. Talvez não dê pra prever, mas dá pra imaginar o que vem por aí.
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