Hey, meus amigos e amigas! Fiz mais uma edição monotemática.
Vi a notícia da nova “IA para crianças” que está sendo desenvolvida pelo Elon Musk e achei legal levantar essa bola.
É um tema que não apareceu muito pra mim ainda, então resolvi pesquisar e dar uma refletida. Depois me falem o que acharam. Podem responder esse email mesmo.
Ah, e encaminhem pra quem você acha que pode se interessar pelo assunto :)
As inteligências artificiais já invadiram o universo infantil e mercado agora corre para conquistar as crianças em um terreno sem regulação
A infância já é mercado. Dos grandes e faz tempo.
E como quase tudo que vira mercado, logo virou terreno para a próxima grande inovação. A bola da vez? Inteligência artificial.
O anúncio do Baby Grok — chatbot "seguro para crianças" prometido pela xAI de Elon Musk — não caiu do céu. Veio na esteira de polêmicas pesadas: o Grok original elogiando Hitler, sexbots em modo infantil, e um histórico de zero preocupação real com segurança ou ética.
We’re going to make Baby Grok @xai, an app dedicated to kid-friendly content
— Elon Musk (@elonmusk)
2:46 AM • Jul 20, 2025
Agora, depois do estrago, o fogo foi para… o parquinho.
De brinquedo novo, riscos velhos
A lógica é clássica: quando um produto gera controvérsias para o público infantil, lança-se uma versão "para crianças", de preferência com cara fofa. Exemplos: Youtube Kids e Messenger Kids.
Só que, como mostram pesquisas recentes, chatbots de IA não são só entretenimento. São ferramentas de influência, modelagem de comportamento e até substitutos de relações sociais.
Um levantamento no Reino Unido apontou que:
64% das crianças já usam IA para tarefas escolares, conselhos ou companhia, muitas sem distinguir se estão falando com um programa ou uma pessoa;
Mais de 1/3 diz que "é como falar com um amigo";
71% das crianças em situação vulnerável usam chatbots, algumas preferindo o bot à conversa com um adulto real.
O cenário invisível: influência sem régua
IA não tem limite de paciência, não julga — e também não tem freio moral. Chatbots podem reforçar preconceitos, normalizar padrões tóxicos e incentivar comportamentos perigosos.
Há registros de chatbots (como Replika e Character.ai) que avançaram para temas sexuais com menores ou deram respostas sobre automutilação sem qualquer filtro.
Na outra ponta, surge um risco social invisível: o reforço da solidão.
Para uma criança vulnerável, a companhia constante de um chatbot pode parecer conforto e virar dependência.
Educação sempre. Mas educação de quem?
Claro, IA tem potencial para apoiar o aprendizado, personalizar conteúdos, criar experiências lúdicas.
Estudos indicam que ferramentas interativas podem impulsionar a curiosidade e até ajudar na inclusão de crianças com necessidades especiais. Até aqui, fantástico.
Mas a pergunta não é só “como a IA ajuda a ensinar?”. É quem ensina a IA e com qual interesse?
Enquanto empresas correm para capturar o “mercado infantil”, políticas públicas e regulações seguem atrasadas, quando não inexistentes.
O que está em jogo
A infância é o período onde valores, padrões e percepções se formam. Introduzir IAs nesse processo sem regulação é quase o equivalente a deixar uma criança sozinha com um estranho. Só que esse estranho é programado para engajar, capturar atenção e… vender.
Difícil não considerar que as inteligências artificiais serão parte relevante da vida infantil, até porque elas já estão ou estarão nos tablets que as crianças usam.
O risco não é exatamente a IA no ambiente infantil, mas o que ela vai ensinar a essas crianças sobre o mundo, as relações e a própria humanidade.
Se você chegou até aqui e gostou, muito obrigado. Sei que fiquei ausente por uns dias, mas sempre bom voltar a compartilhar coisas interessantes.
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Flaubi Farias
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