O SXSW 2026 quer parecer novo — e talvez precise. Sem Hugh Forrest, demitido após 35 anos de festival, a próxima edição chega no aniversário de 40 anos com um plano ambicioso: transformar o centro de Austin em uma “vila criativa” de experiências simultâneas.
Esqueça o Austin Convention Center, que vai ao chão; o SXSW agora é phygital e descentralizado.
De 12 a 18 de março de 2026, música, filmes, TV e inovação (o novo nome da track que já foi “Interactive”) se misturam em bairros temáticos, com badges específicos para cada trilha — e acesso geral só pra quem tiver o passe Platinum.
A aposta é que, ao concentrar tudo em uma semana, o festival ganhe ritmo.
O que mudou:
A programação será simultânea para Música, Filme & TV e Innovation;
O festival de música ganha sete noites de showcases;
Acesso por “bairros” temáticos, conforme o tipo de ingresso;
Painéis da trilha EDU se misturam às demais no dia 12.
Nos bastidores, o vácuo deixado por Forrest ainda assombra. Foi ele quem moldou a alma tech do festival nos anos 90. Sua saída, junto a outros cortes de liderança, veio na esteira da venda de 50% do evento à joint venture P-MRC.
E agora?
O rebranding para “Innovation” soa moderno, mas também genérico. A cidade-palco pode gerar ativações mais criativas — ou apenas mais invasivas.
Até outubro, quando saem os preços dos ingressos, fica a dúvida: o novo board vai conseguir manter o espírito contracultural do SXSW ou vai entregá-lo à lógica das marcas?
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